quinta-feira, 13 de maio de 2010

Planeta Favela



Terminei de ler o livro que tem o título acima, de Mike Davis. Foi o melhor livro não-ficção que li nos últimos meses. O livro fala sobre a favelização no mundo e fiquei chocada com as revelações sobre como isso acontece e quais seus motivos. Quem deveria nos defender, em alguns países, estão por trás das condições subumanas que muitas pessoas vivem, principalmente na África e Ásia. O Brasil é citado, mas talvez pelo autor não conhecer tanto nossa realidade (pelo menos foi isso que me passou), tem algumas estatísticas erroneamente citadas. Mas isso é corrigido no posfácio pela urbanista Erminia Maricato. E apesar de todos os problemas de infra-estrutura, pobreza e desemprego que enfrentamos, não é demagogia quando afirmo que o Brasil é um bom país para se viver. A realidade por ai a fora é bem pior. Para quem gosta de livro documentário eu recomendo. E tire suas próprias conclusões.

Sinopese do livro:
Se a imagem da metrópole no século XX era a dos arranha-céus e das oportunidades de emprego, 'Planeta favela' leva o leitor para uma viagem ao redor do mundo pela realidade dos cenários de pobreza onde vive a maioria dos habitantes das megacidades do século XXI. O urbanista norte-americano Mike Davis investiga as origens do crescimento vertiginoso da população em moradias precárias a partir dos anos 80 na América Latina, na África, na Ásia e no antigo bloco soviético. Combinando erudição acadêmica e conhecimento in loco das áreas pobres das grandes cidades, Davis traz a história da expansão das metrópoles do Terceiro Mundo, analisando os paralelos entre as políticas econômicas e urbanas defendidas pelo FMI e pelo Banco Mundial e suas conseqüências desastrosas nas gecekondus de Istambul (Turquia), nas desakotas de Accra (Gana) ou nos bairros de Caracas (Venezuela), alguns dos nomes locais para as aproximadamente 200 mil favelas existentes no planeta. Cada aspecto dessa 'nova cidade' é analisado - informalidade, desemprego, criminalidade; o gangsterismo dos senhorios que lucram com a miséria; a incapacidade do Estado de oferecer infra-estrutura e casas populares, e em contrapartida sua atuação nas remoções de 'revitalização' que abrem caminho para a especulação imobiliária; as soluções ilusórias de ONGs e organismos multilaterais; os limites das estratégias de titulação de propriedade, os riscos ambientais e sanitários de se viver em favelas, com exposição a resíduos tóxicos e carência de saneamento básico; o crescimento do fanatismo religioso; e a disseminação de doenças como cólera e AIDS. Além das estatísticas, o autor revela as histórias trágicas que os dados frios não mostram, como as crianças abandonadas pelas famílias nas ruas de Kinshasa (Congo), por serem consideradas 'feiticeiras', ou a nuvem de gás letal expelida pela fábrica da Union Carbide na Índia, que causou a morte de aproximadamente 22 mil habitantes de barracos nos arredores da unidade da empresa, que não tinham informação sobre os riscos ou opção de morar em outro local. O livro traça um retrato da nova geografia humana das metrópoles, onde algumas 'ilhas de riqueza' florescem em torres de escritório ou condomínios fortificados que imitam os bairros do subúrbio norte-americano, separados da crescente população favelada por muros e exércitos privados, mas conectados entre si por auto-estradas, aeroportos, redes de comunicação e pelo consumo das marcas globais. A edição brasileira traz ainda um posfácio da urbanista Erminia Maricato que dialoga com a obra de Davis e um caderno de fotografias de favelas brasileiras de André Cypriano.
Fonte: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=1795718&sid=8789158411251330539108732&k5=6406C38&uid=

Beijos.

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