segunda-feira, 28 de junho de 2010

Terapia Nutricional na Cirurgia Bariátrica



A obesidade, caracterizada pelo excesso de peso e especificamente pela desproporção desse excesso de gordura corporal, tem praticamente dobrado na última década e continua aumentando no mundo inteiro. Ela pode ter origem genética, por alguma disfunção metabólica ou hormonal; mas quase sempre é derivada de hábitos cotidianos sedentários e alimentação errada.

Há diversos graus de obesidade, desde a chamada sobre peso, a moderada e obesidade grave. E também diversos tipos de tratamentos e dietas. Muito se tem falado na cirurgia de estômago ou cirurgia bariátrica, como forma de controle da obesidade, mas é importante saber que esta cirurgia não é para todos e principalmente que as orientações dadas pelo médico após a cirurgia tem de ser seguido rigorosamente para que haja um resultado recompensador.

A cirurgia bariátrica não modifica a vontade de comer nem a quantidade a que o paciente estava acostumado a se servir, portanto a compreensão das mudanças que ocorrerão nas rotinas e vida só é atingida pelo o trabalho de esclarecimento e conscientização. Após a cirurgia bariátrica, que tem como objetivo principal a melhora da qualidade de vida através da perda de peso, a nutrição tem um papel importante porque a quantidade e o tipo de alimentos a serem consumidos devem ser limitados.

O objetivo do acompanhamento nutricional é buscar o bem estar físico e emocional, através da seleção dos alimentos que contenham os nutrientes mais saudáveis e que estejam adequados às necessidades de cada indivíduo para que a rápida perda de peso não leve à desnutrição. De maneira geral, a principal mudança na alimentação após a cirurgia é uma diminuição importante na quantidade de alimentos consumidos diariamente devido a redução do estômago.

Pode-se dividir o cuidado com a alimentação em quatro fases após a cirurgia:
1º fase – fase da alimentação líquida;
2º fase – fase da evolução de consistência;
3º fase – fase da seleção qualitativa e mastigação exaustiva;
4º fase – fase da adaptação final e independência alimentar.

Aspectos Importantes:
Consumo de líquidos: A rápida perda de peso leva a uma aumento transitório dos níveis de ácido úrico na circulação. Quando a hidratação não é suficiente poderá haver formação de litíase renal (pedra nos rins). Por este motivo o consumo de líquidos deve ser monitorado para evitar que a urina fique muito concentrada. O consumo de líquidos deve ser constante, independente da sede.

Escolha de alimentos ricos em ferro: Dentre os alimentos mais fibrosos e de aceitação mais tardia está a carne vermelha. Enquanto ela não for introduzida na alimentação, o nutricionista deverá orientar o paciente sobre outras fontes de ferro presentes na alimentação.

O consumo de alimentos riscos em ferro deve ser constante, principalmente se não for possível consumir carne vermelha.
Intolerância ao açúcar: O consumo de alimentos açucarados deve ser evitado devido a seu valor calórico elevado. Uma avaliação da tolerância ao açúcar poderá ser feita desde que acompanhada cuidadosamente pelo nutricionista.

A perda de peso é muito intensa principalmente durante as duas primeiras semanas após a cirurgia. O ritmo acelerado de emagrecimento continua a ser observado até o terceiro mês e, a partir de então, passa a ser mais lento. Este é um processo natural de adaptação fisiológica que faz com que o organismo passe a gastar menos energia diariamente para evitar que a perda de peso rápida e permanente leve à desnutrição e aos conseqüentes riscos à saúde como a queda da resistência à infecções, desmineralização óssea, dentre outros.

A melhor forma de melhorar o ritmo de perda de peso nesta fase é a atividade física regular. O exercício faz com que o organismo gaste mais energia, o que ajuda a perder peso, além de trazer uma sensação de bem estar e relaxamento. Entretanto, deve-se procurar orientação médica para a avaliação do momento adequado para iniciar o exercício e também para a escolha do melhor tipo de atividade a ser realizada.

O acompanhamento pré e pós-operatório associa o suporte psicológico e nutricional e são fundamentais para o sucesso a longo prazo. O trabalho multiprofissional tem por objetivo conduzir o paciente ao encontro do seu bem estar físico e emocional.

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